A quadratura da aspiração
Sentada, de pernas cruzadas e relaxada a ponto de estar a ler uma revista enquanto ouvia televisão ao fundo, esperei que o aspirador robô Hom-Bot Square, da LG, me limpasse a casa. E não é que ficou tudo bem aspiradinho? Só escapou o cão que se escondeu atrás das minhas pernas sem perceber bem se era presa ou caçador naquele jogo curioso. Por segurança, deixei-o na dúvida.
Os cantos não escaparam, graças ao design mais quadrado do aspirador e das escovas longas que tem nas suas extremidades frontais. Da mesma forma, e através de sensores mais apurados (câmara Dual Eye 2.0e sensores ultrassónicos e infravermelhos), chegou ainda àqueles recantos onde raramente conseguimos chegar. Ou seja, debaixo dos móveis mais difíceis. Lá foi ele, sem hesitações. Foi silencioso e percebeu exatamente quando passava do piso de madeira para uma zona com tapete. Nestas alturas, ligava o turbo para assegurar que a limpeza era intensa. Mal dava pela sua presença, e apenas quando uma voz feminina deu o ar da graça é que tive de intervir. No caso, alertou-me quando o aspirador ultrapassou a barreira do risco e tentou aspirar um objeto não-identificado. Era um tecido que cobria a base da árvore de Natal. Ui! Desastre eminente! Mas mediante o aviso, pude prontamente resolver a situação. Não hard feelings. E ele lá continuou o seu trabalho e nem foi apanhado pelas escadas que levam à cave, driblando-as com toda a classe.
Ele sabe o que faz. Seguiu o seu caminho (ultrapassando obstáculos) e obedeceu quando foi preciso. E, assim, era caso para perguntar: Se eu era capaz de viver sem este robô? Claro que era. Mas com ele a vida parece que seria ainda mais fácil.