Por um momento, deixei a tecnologia de lado. Fui desafiada a experimentar uma cerveja artesanal – a Prata, da Dois Corvos – e, apesar de não gostar de cerveja, aceitei. Saí fora da minha caixa e só posso dizer que alguma coisa mudou.
Não é habitual sair do meu tema. Mas há sempre uma primeira vez. E sair para beber uma cerveja é algo que não faço de todo. Mas, novamente, há sempre uma primeira vez. Confesso que tinha curiosidade de conhecer o cada vez mais falado ‘Beer District’ de Lisboa e também sabia que a companhia seria boa. No início, disse que ía apenas ouvir e ver o que me iam contar sobre a Prata e sobre a Dois Corvos. Depois, cedi a dar o primeiro gole… E tudo mudou!
A Prata da casa
Suave, agradável, elegante. Ao primeiro gole seguiu-se outro para ter a certeza de que não me tinha enganado. E depois outro… e já estava! E a pergunta surgiu: ‘Onde estava a Prata nos meus 20 anos, quando todos os amigos reviravam os olhos ao primeiro gole bem fresquinho de cerveja enquanto eu bebia uma Cola?’
A noite mal tinha começado e eu já estava rendida, com o segundo copo na mão. Mas depois veio a apresentação oficial da Prata. Descobri então que a Dois Corvos Prata é uma cerveja Pilsner, leve e de amargor moderado. Esta é uma homenagem da Dois Corvos ao local que agora acolhe a sua nova fábrica e onde a Prata é produzida – o Braço de Prata – imortalizando a história do cavaleiro do século XVII que, regressado a Lisboa e após ter perdido um braço numa batalha, engendra um novo… feito em prata.
A Dois Corvos
Tão interessante quanto a nova cerveja, é o ambiente do Tap Room da Dois Corvos em Marvila, onde a experimentei. Foi ali que nasceu esta cervejeira artesanal familiar, tendo agora passado a fábrica para o Braço de Prata para atender ao crescimento da sua produção.
No Tap Room Dois Corvos (com 17 torneiras), o ambiente é também familiar e a apresentação continuou com o entusiasmo da equipa a falar das suas cervejas. Fiquei então a saber que na origem da fábrica está um jovem casal luso-americano que começou por fabricar cervejas artesanais para tomar com os amigos. E que hoje produzem para o consumo nacional, mas também para clientes em mais de 13 países.
No Tap Room Dois Corvos é possível experimentar as outras cervejas do portefólio permanente da marca (são 7 referências no total), bem como a produção ocasional / sazonal de receitas específicas e edições especiais de cervejas envelhecidas em barricas.
Ficou claro que o ambiente entre todas as fábricas de cerveja artesanal da zona de Marvila é do melhor que há e que tudo isso também ajuda a que este seja um bom lugar para conhecer sem falta numa noite destas, se é que ainda não o conhece.
Só me resta agora agradecer à Dois Corvos por me fazer sentir finalmente parte dos milhões e milhões de amantes de cerveja de todo o mundo. Mas agora tenho de lá voltar para certificar-me se passei realmente a gostar de cerveja ou se o que eu gosto mesmo é de Prata!