Aqui estão os grandes vencedores dos Sony World Photography Awards 2017. E com as suas séries premiadas mostram-nos que uma bela fotografia é muito mais do que uma simples fotografia.

Melhor do que descobrir quem eram os vencedores foi ouvi-los a falar sobre os seus projetos. Se as suas séries pareciam bonitas e interessantes, contadas na primeira pessoa tornavam-se poderosas. Eu desconhecia que os prémios do Concurso Profissional eram para séries e não para fotos únicas. E assim, um a um, os 10 melhores fotógrafos da edição dos SWPA de 2017 contaram-nos o que os levou a pôr de pé os seus projetos, o que viram ouviram e fizeram. O foco não era a técnica e sim as histórias. E eu adoro histórias!

Whiteout

Aqui estão as que mais me interessaram. A começar pelo Fotógrafo do Ano, Frederik Buyckx, um fotógrafo freelance que trabalha para o jornal belga De Standaard. A sua série ‘Whiteout’, vencedora também na categoria Paisagem, foi captada nos Balcãs, Escandinávia e Ásia Central, áreas remotas onde as pessoas vivem frequentemente em isolamento e em estreito contacto com a natureza.

Buyckx explica: “A natureza sofre uma transformação peculiar com a chegada do inverno, quando a neve e o gelo começam a dominar a paisagem e as pessoas e animais têm de lidar com condições climatéricas extremas. Esta série investiga esta luta contra o desaparecimento.” Depois de um trabalho a retratar as favelas do Rio de Janeiro, Buyckx buscava desligar-se de tudo e refugiou-se na natureza e nos seus recantos remotos.

Contos de Amor Sauditas

A vida de pois do casamento pelos olhos da fotógrafa Tasneem Alsultan, que venceu na categoria Questões Contemporâneas. História de casais, de mulheres felizes no casamento mas também de viúvas e divorciadas. O amor e os obstáculos vividos por muitas delas na sociedade saudita.

Na foto, Nasiba, uma designer de moda, independente e mãe solteira.

Art. 115

A eutanásia e o suicídio assistido foram trazidos ao debate pela fotógrafa suíça Sabine Cattaneo, vencedora a categoria Conceptual. Mas em vez de registar a trajetória de um ou mais protagonistas, decidiu contar histórias que já tinham acontecido através do último lugar em que estiveram.

Na descrição desta imagem a autora indica: Na Suíça, 3 em cada 4 pessoas preferem morrer em casa.

Os Anseios dos Outros

O quotidiano na zona de prostituição do Bangladesh onde vivem cerca de 700 mulheres. Foi o tema desta série. Traficadas e estigmatizadas estas mulheres não têm direitos e dificilmente conseguem ir em busca de uma vida melhor. Não foi fácil para fotógrafa Sandra Hoyn conquistar a sua confiança para conseguir fotografá-las. Igualmente difícil foi por-se no papel de espactadora sem poder intervir naquela dura realidade. A série de Hoyn venceu na categoria de Quotidiano.

Nesta fotografia está Meghla, de 23 anos, com um cliente. Esta jovem começou por trabalhar numa fábrica de vestuário aos 12 anos. Ali conheceu um homem que lhe prometeu um trabalho melhor. Meghala foi vendida a um bordel.

O sonho das ginastas gémeas

Yuan Peng acompanhou o dia-a-dia de duas raparigas que começaram muito cedo a treinar para serem ginastas. Focou nos seu trabalho diário mas também na sua relação de irmãs e nas suas diferenças. O fotógrafo chinês adora desportos. Não apenas a parte física mas tudo o que envolve o seu trabalho de superação. Esta série venceu na categoria de Desporto.

Nesta foto as irmãs Liu Bingqing and Liu Yujie num dos treinos na escola de Jining,na província de Shandong, na China, onde estudaram, treinaram e cresceram.

Espaço e cidade

Esta é a série vencedora na categoria Arquitetura. Nela a chinesa Dongni explora formas e contornos minimalistas da zona industrial da China. A fotógrafa celebra a desconstrução e reconstrução do espaço urbano.

A fotografia aqui apresentada foi denominada Ovelap Freeway, ou seja sobreposição de autoestradas.

© Martin Parr, Magnum Photos, Rocket Gallery

Mais vencedores

Para completar as 10 categorias do Concurso Profissional do Sony World Photography Awards estão a de Natureza Morta, cujo prémio foi para o colombiana Henry Agudelo; a de Mundo Natural, cujo vencedor foi Will Burrard-Lucas, do Reino Unido; a de Atualidade e Notícias, que premiou Alessio Romenzi, de Itália; e a de Retrato, vencida por George Mayer, da Federação Russa.

O fotógrafo britânico Martin Parr foi o homenageado com o prémio Extraordinária Contribuição para a Fotografia, reconhecido pela sua linguagem visual única e por alargar os limites deste meio. Anteriormente, o Prémio de Contribuição Extraordinária para a Fotografia foi atribuído a Mary Ellen Mark, William Eggleston, Eve Arnold, Bruce Davidson, Marc Riboud, William Klein, RongRong & inri, Elliott Erwitt e Phil Stern.