Fazemos esta pergunta vezes sem conta. Para jantar entre amigos, para encontrar onde ir para um almoço de trabalho, para pedir comida a ser entregue em casa… E nem sempre a resposta é fácil. Por que estamos sem ideia, porque queremos um ambiente especial ou simplesmente porque queremos sair e gastar pouco. A partir de hoje, oficialmente, os lisboetas e os visitantes da capital têm a vida facilitada com a entrada para uma rede internacional (presente em 11 países) de busca de restaurantes por computador e smartphone: a Zomato. E para saber melhor como funciona passamos a palavra a Pankaj Chaddah, COO e Co-fundador da Zomato, que respondeu às questões da High-Tech Girl.

1. O que os portugueses podem esperar da Zomato?  

A Zomato começou na era dos smartphones, numa altura em que a informação é abundante e as pessoas são pouco tolerantes quando procuram as melhores opções para qualquer atividade. Queríamos criar um produto que excedesse as expectativas dos utilizadores, que fosse uma plataforma de pesquisa abrangente e que tivesse a intenção de impulsionar o negócio em cada local que estivesse representado. A Zomato foi então criada para ajudar as pessoas a encontrar locais fantásticos perto de si. Desde 2008 que este é o nosso foco. Em Portugal, a Zomato disponibiliza informação detalhada sobre mais de 9500 restaurantes na zona da Grande Lisboa (Lisboa, Cascais, Oeiras, Loures, Sintra, Amadora e Odivelas). O nosso serviço permite ao utilizador encontrar, para cada restaurante, a ementa, fotos, coordenadas, contactos, horários e ainda aplicar filtros, como o tipo de cozinha e o preço médio para duas pessoas – não podia ser mais fácil! A Zomato tem agora uma componente ainda mais forte de social media que permite aos utilizadores uma interação maior – podem construir uma network de foodies em quem confiam, dar e ver recomendações de restaurantes, bem como partilhar todas as suas experiências gastronómicas. Desta forma, manter os utilizadores interessados e consolidar o conteúdo na plataforma são importantes objetivos para 2014.

2. Como surgiu a ideia de criar uma plataforma como esta?

Quando trabalhava na Bain & Company com Deepinder Goyal, reparámos que os nossos colegas passavam algum tempo no bar à procura de ementas de restaurantes, pois não era permitido levá-las para as secretárias. Para facilitar, Deepinder teve a ideia de digitalizar as ementas e colocá-las online na intranet da empresa. Em pouco tempo, notámos que o número de visualizações diário era elevado e tornou-se claro que tínhamos uma grande oportunidade de negócio. Pouco depois juntei-me ao Deepinder e lançámos o site em julho 2008.

3. É um site interativo. Como fazem para assegurar a objetividade das avaliações dos leitores para que não haja o risco de ser apenas um aglomerado de excelentes comentários feitos pelos próprios estabelecimentos? Pankaj Chaddah, COO e Co-fundador da Zomato

As opiniões falsas têm sido um dos nossos maiores desafios. Temos algumas medidas, como por exemplo o controlo do endereço de IP e da sua frequência, bem como uma equipa que modera manualmente estas opiniões. Também criámos algoritmos específicos para aferir a objetividade das opiniões e eliminar as que são consideradas falsas. Sistemas como este podem cometer alguns erros, por isso esforçamo-nos para encontrar novas formas de identificar opiniões duvidosas. Para além dos filtros de spam automáticos, monitorizamos ativamente todas as opiniões dos utilizadores na Zomato e moderamos tudo o que tem pouco ou nenhum valor para a comunidade ou que nos parece ter sido escrito por um concorrente.

4. O que os levou a expandir para além da Índia? E como tem sido feita a escolha de países ao longo desta expansão?

Quando percebemos que a expansão internacional era inevitável, estaria a mentir se dissesse que não tínhamos nada a perder e que não íamos encontrar obstáculos ao levar a nossa startup para o nível seguinte. Contudo, estamos confiantes que o nosso produto tem grande qualidade e potencial para resultar em todo o mundo. O nosso sucesso na Índia é o resultado do conteúdo da plataforma, pelo que replicámo-lo num novo mercado – Emirados Árabes Unidos em setembro 2012. Quando decidimos dar este passo fizemos uma lista de vários fatores que resultaram na escolha do nosso primeiro mercado internacional. Queríamos uma cidade que fosse um grande centro empresarial, combinado com uma indústria de restauração vibrante. Chegámos à conclusão que o Dubai seria o local ideal. Prova disso é a receção fantástica que temos tido. Os nossos critérios para lançar um novo país baseiam-se em dois grandes pilares: a taxa de utilização de internet/dispositivos móveis e uma cultura gastronómica rica e diversa. Listámos as maiores cidades que se encaixam neste perfil e garantimos que temos espaço no mercado para nos estabelecermos, o que inclui uma boa receptividade por parte da indústria de restauração. Nos mercados onde já entrámos até ao momento, apenas encontrámos grande competição no Reino Unido, mas a nossa posição tem vindo a ser fortalecida ao longo do tempo.

5. Porque Portugal agora?

Portugal, com a sua cultura gastronómica diversa e indústria de restauração bastante forte, foi um passo lógico para nós. Somos um serviço online, por isso a taxa de utilização da internet é um fator importante. Em Portugal, o uso de smartphones é considerável e o acesso a wi-fi é gratuito na maior parte dos espaços públicos, o que o torna um mercado promissor. Quer o utilizador esteja à procura de um restaurante para jantar fora, de um café para estar com uns amigos ou de um bar para beber um copo, na Zomato pode encontrar os melhores locais de acordo com as suas preferências.

6. E o que vem a seguir?

Em Portugal planeamos lançar a Zomato no Porto nos próximos três meses e, num futuro próximo, em Setúbal e no Algarve. Atualmente vamos lançar na zona da Grande Lisboa, que inclui Lisboa, Cascais, Oeiras, Sintra, Odivelas, Amadora e Loures. A nível global planeamos expandir-nos para 22 novos países nos próximos dois anos.